Revista Brasileira de Estudos de População https://www.rebep.org.br/revista REBEP - Revista Brasileira de Estudos de População pt-BR <p>Os artigos publicados na Rebep são originais e protegidos sob a licença Creative Commons do tipo atribuição (<a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">CC-BY</a>). Essa licença permite reutilizar as publicações na íntegra ou parcialmente para qualquer propósito, de forma gratuita, mesmo para fins comerciais. Qualquer pessoa ou instituição pode copiar, distribuir ou reutilizar o conteúdo, desde que o autor e a fonte original sejam propriamente mencionados.&nbsp;&nbsp;</p> editor@rebep.org.br (Cássio Maldonado Turra - Cedeplar/UFMG (Editor)) coeditor@rebep.org.br (Igor Cavallini Johansen - UNICAMP (Coeditor)) Mon, 30 Jan 2023 12:09:07 -0300 OJS 3.3.0.15 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Migração, relações interseccionais e cuidados domésticos transnacionais https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2338 Guélmer Júnior Almeida de Faria Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2338 Mon, 18 Dec 2023 00:00:00 -0300 Diferença de idade entre cônjuges por nível de escolaridade na América Latina. O caso de Bolívia, Equador e Uruguai https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2294 <p>O objetivo do estudo é realizar uma análise descritiva da associação entre escolaridade e diferença de idade entre cônjuges em uniões de diferente sexo e como essa relação evoluiu ao longo das coortes nas últimas décadas em função do aumento da escolaridade da população da América Latina, especialmente para as mulheres. Foram utilizadas amostras de rodadas dos censos de 1970 a 2010 de três países da região − Bolívia, Equador e Uruguai −, selecionando homens e mulheres de 25 a 29 anos de idade. Para o total da amostra, não foi observada diminuição significativa na diferença de idade ao longo das coortes. Para as mulheres, verificou--se relação negativa entre a diferença de idade entre os cônjuges e a escolaridade. Para os homens, observou-se maior heterogeneidade entre os países.</p> Adriana Robles Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2294 Mon, 20 Nov 2023 00:00:00 -0300 Nota dos editores https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2394 Cássio M. Turra, Igor Cavallini Johansen Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2394 Mon, 18 Dec 2023 00:00:00 -0300 Desigualdades socioeconômicas e étnico-raciais na mortalidade infantil dos filhos no México: quanto importa a cor da pele? https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2126 <p>Este artigo apresenta uma análise das características socioeconômicas e étnico-raciais na probabilidade de mortalidade de um filho no México antes dos cinco anos de idade. São utilizados dados da Pesquisa ESRU de Mobilidade Social México 2017 do Centro de Estudos Espinosa Yglesias. Controlando por diferentes coortes de nascimento, características sociodemográficas, territoriais e econômicas, observa-se que mulheres com tom mais escuro de pele são 2,82 (1,39, 5,74) vezes mais propensas a perderem um filho antes do seu quinto aniversário do que aquelas com tom branco de pele. Em um cenário contrafactual, estimou-se que a probabilidade de perder um filho é explicada por características étnico-raciais em até 28,7% e por características socioeconômicas em até 58,5%. A perda de um filho é um evento demográfico desigualmente distribuído na população e está determinado não apenas por características socioeconômicas, mas também por aspectos étnico-raciais. A ideia de miscigenação no México que propõe igualdade étnica-racial na população se mostra equivocada e evita salvar vidas.</p> Jesus Daniel Zazueta Borboa Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2126 Fri, 27 Jan 2023 00:00:00 -0300 Violências relatadas por solicitantes de refúgio atendidos na Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro de 2010 a 2017 https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2041 <p>Estima-se que no mundo, atualmente, haja 89,3 milhões de pessoas em deslocamentos forçados, incluindo 27,1 milhões de refugiados. Entre as razões para essas migrações forçadas estão a tortura e outras formas de violência, embora a prevalência de violências antes e durante a migração ainda seja pouco conhecida. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência e alguns fatores associados às violências relatadas por solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro. Foram coletados dados preenchidos nos formulários de solicitação de refúgio do Comitê Nacional para Refugiados de 2010 a 2017 e em entrevistas adicionais conduzidas na Cáritas Arquiocesana-RJ. Foram incluídos 1.546 solicitantes de refúgio com idade mediana de 30 anos (faixa 15-72 anos), dos quais 65% eram homens. Um terço informou ter sofrido violência antes de chegar ao Brasil, com chances de violência relatada entre 20 e 40 vezes maiores entre migrantes oriundos de Paquistão, Congo, Colômbia, República Democrática do Congo e Guiné. Violência física/tortura, ameaça e violência psicológica foram as mais frequentes (relatadas por 10%, 7% e 6% da população estudada, respectivamente). Entre as mulheres, a violência sexual foi a modalidade mais frequente (9%). Conclui-se que a história de violência entre os solicitantes de refúgio no Brasil é frequente, em particular para alguns grupos nacionais, aspecto a ser considerado no acolhimento e na prestação de serviços a essa população em situação de extrema vulnerabilidade.</p> Raquel Proença, João Roberto Cavalcante, Anete Trajman, Eduardo Faerstein Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2041 Thu, 27 Jan 2022 00:00:00 -0300 Mortalidade de mulheres em idade fértil no Brasil de 2006 a 2019: causas e tendências https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2037 <p>O objetivo deste estudo é analisar a tendência das principais causas de óbito de mulheres em idade fértil (MIF) no Brasil, por faixa etária, no período de 2006 a 2019. Utilizaram-se dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais causas de morte de MIF (10 a 49 anos) foram classificadas por capítulos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Posteriormente realizou-se análise de tendência temporal por meio de modelos de regressão polinomial das principais causas de morte de MIF segundo faixa etária. No Brasil, as maiores taxas de mortalidade por causas p/100 mil MIF deveram-se a neoplasias (25,34), doenças do aparelho circulatório (20,15), causas externas (18,69), doenças infecciosas e parasitárias (8,79) e doenças do aparelho respiratório (6,37). Para o período analisado, após padronização, as taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, do aparelho respiratório e infecciosas e parasitárias apresentaram tendência decrescente, com uma queda expressiva de 26,6% para as doenças do aparelho circulatório; já as taxas de mortalidade por causas externas e neoplasias registraram tendência crescente de 2006 a 2012 e decrescente de 2013 em diante. As causas externas e as neoplasias foram as principais causas de óbito, especialmente entre as mulheres mais jovens e com tendência crescente. Sendo este um importante problema de saúde pública, faz-se necessário planejar ações que otimizem os recursos e melhorem a qualidade de vida e saúde das mulheres.</p> Silmara Bruna Zambom Albert, Katrini Guidolini Martinelli, Eliana Zandonade, Edson Theodoro do Santos Neto Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2037 Fri, 27 Jan 2023 00:00:00 -0300 Hábito alimentar de adultos brasileiros segundo a condição na força de trabalho https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2137 <p class="CorpoA" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; line-height: 200%;">O objetivo desse artigo é avaliar o hábito alimentar da população adulta no Brasil segundo a condição na força de trabalho. Realizou-se estudo transversal com dados de 63.782 adultos (18 a 59 anos), participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. A condição na força de trabalho - ocupado, desocupado ou fora da força - foi relacionada com marcadores de consumo alimentar saudável e não saudável. Estimaram-se razões de chance (odds ratio) ajustadas com regressão logística multinomial. Os resultados apontam que, entre os adultos brasileiros, 71,3% estavam ocupados, 6,7% desocupados e 21,9% encontravam-se fora da força de trabalho. Os ocupados apresentaram maior frequência de consumo de frutas, hortaliças e carne vermelha, e menor de feijão. O consumo de frango, bebidas de frutas, cereais, ovos, margarina e pratos prontos/semiprontos foi mais frequente para os desocupados versus ocupados, enquanto o de peixes e tubérculos foi menos frequente. Os adultos fora da força de trabalho, comparados aos ocupados, mostraram menor frequência de consumo de refrigerantes, embutidos, pães de pacote, oleaginosas, assim como do costume de substituir o almoço por lanches. Observaram-se discrepâncias na alimentação segundo a condição de trabalho, sobretudo no consumo de hortaliças, frutas, carnes e feijão, denotando a necessidade de iniciativas de promoção da alimentação adequada e saudável voltadas para a saúde do trabalhador.</p> Daniela de Assumpção, Monize Cocetti, Aldiane Gomes de Macedo Bacurau, Ana Maria Pita Ruiz, Priscila Maria Stolses Bergamo Franscisco Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2137 Fri, 27 Jan 2023 00:00:00 -0300 Construção de redes sociais no país de destino: as experiências de venezuelanos, colombianos e espanhóis em uma cidade intermediária no Chile https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2091 <p>Este artigo analisa a construção, por imigrantes internacionais, de redes sociais no país de destino e as características dessas redes de acordo com o país de origem. O caso de três grupos residentes no Chile é estudado por meio de um desenho metodológico qualitativo baseado em entrevistas semiestruturadas, que são abordadas a partir da análise sociológica do discurso. Os resultados mostram que aqueles que se incorporam com mais facilidade e rapidez no local de destino tendem a estabelecer redes de vínculos fracos. Ao contrário, aqueles que têm mais dificuldade em se incorporar ao local de destino, ou o fazem apenas parcialmente, tendem a estabelecer redes culturalmente fechadas e coesas.</p> Sylvia Soto-Alvarado, Fernando Gil-Alonso, Jaime Garrido-Castillo Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2091 Fri, 07 Apr 2023 00:00:00 -0300 Quem é contado? Narrativas sobre a métrica da saúde da população migrante venezuelana numa zona fronteiriça na Colômbia https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2131 <p>A Colômbia tem sido um país receptor da migração venezuelana devido à situação sociopolítica do país vizinho. Uma das necessidades para responder a esta crise é a coleta de dados que permitam visualizar e monitorizar as condições de saúde desta população. Com base num estudo qualitativo centrado em entrevistas e observação etnográfica, o artigo centra-se na caracterização das diferentes dinâmicas de inclusão e exclusão que fazem parte da produção de dados de saúde sobre a população migrante em Cúcuta, um território fronteiriço colombiano-venezuelano. Com base nas narrativas de vários atores que trabalham diretamente a nível territorial na coleta, análise e utilização de dados de saúde sobre a população migrante, o artigo problematiza a construção da categoria de “migrante” dentro da métrica, revelando o que é visível e o que é ignorado no processo sociotécnico por trás da construção destes dados.</p> María Galvis-Malagón , Sandra Patricia Martínez-Cabezas, Natalia Niño Machado, Catalina González-Uribe Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2131 Fri, 14 Apr 2023 00:00:00 -0300 Melhor sozinho? O impacto de arranjos domiciliares na mortalidade de idosos costarriquenhos https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2124 <p style="font-weight: 400;">Pesquisas anteriores mostraram efeitos diferenciados dos tipos de arranjos residenciais sobre a mortalidade. Entretanto, pouco se sabe sobre os fenômenos na América Latina e suas residências multigeracionais. Este estudo aborda a relação entre os tipos de arranjos residenciais de idosos e a mortalidade subsequente. A análise de sobrevivência foi realizada por meio do modelo Gompertz, estimando as diferenças de mortalidade entre os diferentes arranjos domiciliares. Foi utilizado o Estudo da Longevidade e Envelhecimento da Costa Rica (CRELES) pré-1945, de 2005, 2007 e 2009. Os resultados mostram que os idosos que vivem com companheiro apresentam as maiores taxas de sobrevivência entre as categorias testadas. Ao controlar por sexo e idade no modelo, o efeito de morar sozinho não é diferente de morar com companheiro. Se os fatores socioeconômicos e de saúde forem controlados, os idosos que vivem com seus filhos ou outras pessoas possuem um risco aumentado de morte em pelo menos 40% (p-valor &lt;0,05). O estudo demonstra que existe uma associação entre os arranjos domiciliares e a mortalidade de idosos na Costa Rica. Os resultados mostram que as maiores chances de sobrevivência estão entre os idosos que possuem um parceiro, sugerindo que os cuidados providos por membros da família não são igualmente efetivos. A inclusão desse tipo de variável nos estudos de mortalidade é crucial para entender como as condições domiciliares se relacionam com os resultados de saúde e mortalidade.</p> Paola Vazquez-Castillo Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2124 Fri, 14 Apr 2023 00:00:00 -0300 Lacuna entre os sexos em matemática. Caso: estudantes universitários colombianos https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2089 <p>A diferença de gênero em matemática (raciocínio quantitativo) entre estudantes universitários na Colômbia é analisada, com base nos resultados dos exames de saída do ensino superior estadual Saber Pro 2018, incluindo o fator regional. Com base na modelização de quantis e numa decomposição Juhn-Murphy-Pierce, identificamos a existência e persistência de uma diferença de gênero na área avaliada, bem como diferenças entre as regiões andinas e das Caraíbas. Destacam-se: favorabilidade em relação aos homens; importância das características educacionais e institucionais; importância da matemática secundária (explicando cerca de 25% do diferencial); alargamento da lacuna nos quartis mais altos; e heterogeneidade regional da lacuna, amplificada pela interação gênero-região.</p> Grace Angulo Pico, Menis Mercado Mejia, Marco Aguilera-Prado, Mauricio Rincón Moreno Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2089 Fri, 12 May 2023 00:00:00 -0300 Estrutura social e dinâmica da violência: determinantes sociais dos homicídios intencionais nas microrregiões brasileiras https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2085 <p>Teorias macrossociológicas da violência criminal predizem que a taxa de crimes violentos, sobretudo homicídios intencionais, aumenta em resposta às estruturas e aos processos sociais que fortalecem as motivações violentas ou enfraquecem os controles sociais da violência. Para testar estas hipóteses, utilizamos diversos modelos de regressão bi e multivariada com dados em painel e variáveis construídas com dados demográficos e de mortalidade, de acordo com a relevância teórica, para verificar se o uso de psicoativos, o acesso a armas de fogo, as estruturas sociodemográficas (crescimento e densidade populacional e proporção de homens jovens) e a prevalência da exclusão socioeconômica aumentam a taxa de homicídios intencionais nas microrregiões brasileiras, entre 1996 e 2019. A maior parte dos resultados corrobora as hipóteses de maneira significativa. Porém, o fator mais poderoso foi a taxa de homicídios do ano anterior, revelando uma tendência endógena de retroalimentação da violência no curto e médio prazos, o que pode levar à acumulação dos efeitos dos fatores estruturais dos homicídios intencionais.</p> Matheus Boni Bittencourt, Alex Niche Teixeira Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2085 Fri, 12 May 2023 00:00:00 -0300 Um estudo sobre as taxas de contatos sociais relevantes para a difusão de doenças infecciosas em um aglomerado brasileiro https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2181 <p>Inspirado no estudo POLYMOD, foi realizado, em junho de 2021, um <em>survey</em> epidemiológico num dos setores de maior densidade populacional e vulnerabilidade social de Belo Horizonte (Brasil). Uma amostra de 1.000 domicílios permitiu identificar, num período de 24 horas, as taxas de contatos sociais por faixas etárias, o tamanho e a frequência de cliques do qual participou o respondente, assim como outros fatores sociodemográficos associados (número de moradores do domicílio, local do contato, uso do transporte público, entre outros). Os dados foram analisados em duas fases. Na primeira, foram comparados os resultados entre dois modelos SIR que simularam um processo pandêmico de oito dias. Um incluiu parâmetros ajustados a partir das taxas de contatos observadas. O outro operou com parâmetros ajustados a partir de taxas projetadas para o Brasil. Na segunda fase, mediante uma regressão <em>log-lin</em>, modelamos os principais determinantes sociais das taxas de contato, utilizando o adensamento de cliques como uma variável <em>proxy</em>. A análise dos dados mostrou que o tamanho da família, a idade e os círculos sociais são as principais covariáveis que influenciam a formação dos cliques. Também demonstrou que modelos epidemiológicos compartimentais, combinados com taxas de contato social, têm melhor capacidade de descrever a dinâmica epidemiológica, fornecendo uma melhor base para medidas de mitigação e controle de doenças que causam síndromes respiratórias agudas.</p> Sílvio Segundo Salej Higgins, Adrian Pablo Hinojosa Luna, Reinaldo Onofre dos Santos, Andreia Maria Pinto Rabelo, Maíra Soalheiro, Vanessa Cardoso Ferreira Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2181 Fri, 11 Aug 2023 00:00:00 -0300 A insegurança alimentar pela voz de adolescentes participantes do Programa Bolsa Família https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2183 <p>O trabalho busca conhecer a percepção de adolescentes, participantes do Programa Bolsa Família (PBF), sobre insegurança alimentar (IA). Trata-se de estudo de abordagem qualitativa. O <em>corpus</em> consiste em entrevistas com dez adolescentes e seus responsáveis. Os resultados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Foram estabelecidas quatro categorias de análise: “A fome não é só a vontade de comer”; “O fantasma da fome”; “Um por todos e todos por um”; “Estamos seguros?” De maneira geral, os adolescentes percebem que a quantidade e variedade de alimentos mudam durante o mês e que o acesso a alimentos como frutas e carne é difícil. A preocupação com a possibilidade de o alimento faltar está presente na fala de todos os adolescentes entrevistados e se intensifica entre aqueles que vivenciaram a experiência de fome na infância. Em função disso, os adolescentes desenvolvem estratégias para o alívio da IA, para si mesmos e para suas famílias. No entanto, as responsáveis pelos adolescentes não consideram que seus filhos realmente se preocupam com a possibilidade de faltar alimentos no domicílio. Observou-se que os adolescentes percebem a situação de insegurança alimentar no domicílio e são capazes de responder de forma autônoma sobre essa situação.</p> Milena Serenini , Kelly Carvalho Vieira, Camila Maciente Souza, Ana Poblacion, Maysa Helena de Aguiar Toloni, José Augusto de Aguiar Carrazedo Taddei Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2183 Fri, 11 Aug 2023 00:00:00 -0300 Estado nutricional e fatores associados à prevalência de obesidade entre escolares das redes pública e privada de ensino fundamental de Maceió, Alagoas https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2159 <p>Objetivou-se classificar o estado nutricional e investigar os fatores associados à prevalência de obesidade entre escolares do ensino fundamental público e privado de Maceió. Trata-se de um estudo transversal com amostra probabilística de 1.510 alunos (9,8±0,5 anos) de escolas públicas (n=931) e privadas (n=579). Obtiveram-se dados socioeconômicos, demográficos, antropométricos e dietéticos. O estado nutricional foi estabelecido por antropometria segundo os critérios da OMS. A obesidade foi definida por IMC-para-idade &gt;2 z. A medida de associação foi a razão de prevalência (RP) e respectivo IC95%, calculados por regressão de Poisson. Apenas 1,2% dos investigados apresentaram déficit estatural. A prevalência de obesidade foi maior entre os alunos da rede privada (22,1% <em>vs</em>. 10,3%; RP=2,14; IC95%=1,66-2,76). Na análise bruta associaram-se à obesidade: menor número de moradores no domicílio; comprar lanche na cantina da escola; não ser usuário de programas assistenciais do governo; maior consumo de alimentos não saudáveis; e pertencer à escola privada. Na análise ajustada, apenas esta última variável manteve-se associada (p&lt;0,05), possivelmente, pelo fato de a maioria dos demais preditores ocorrer com maior frequência no âmbito dos estabelecimentos particulares. A obesidade é o principal agravo nutricional encontrado entre os alunos do ensino fundamental de Maceió, condição que se associa, de forma independente, ao fato de pertencer à escola privada.</p> Haroldo da Silva Ferreira, Bárbara Coelho Vieira da Silva, Monica Lopes de Assunção Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2159 Fri, 11 Aug 2023 00:00:00 -0300 Trabalho doméstico e migração nos Estados Unidos: uma caracterização de mulheres hondurenhas https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2199 <p>Em função da escassa literatura sobre o tema, o presente artigo visa caracterizar as mulheres hondurenhas empregadas em ocupações domésticas nos Estados Unidos. Com esse objetivo, empregam-se questionários preenchidos por mulheres morando em cinco estados desse país norte-americano. Para realizar tal caracterização, é utilizada estatística descritiva e inferencial. Adicionalmente, emprega-se regressão logística para analisar os determinantes da participação em empregos domésticos. Quando comparadas com todas as outras ocupações, as mulheres hondurenhas fazendo trabalhos domésticos possuem diferenças em termos de idade, número de dependentes, posse de bens, poupanças e existência de conta bancária. Similarmente, a análise dos determinantes estatísticos mostra que variáveis significativas incluem idade (95% IC 0,92-2,63 <em>p</em> = 0.94), poupanças (95% IC 0,01-0,97, <em>p</em> = 0.047), existência de conta bancária (95% IC 0,88-71,05, <em>p</em> = 0.064), renda mensal (95% IC 0,99-1.00, <em>p</em> = 0.096) e contribuição à previdência social (95% IC 0,02-1,29 <em>p</em> = 0.086). Promover a adoção de instrumentos de direito internacional pode representar uma alternativa para fomentar os direitos humanos desse grupo de pessoas. O artigo finaliza ressaltando possíveis linhas de pesquisa relacionadas à migração de mulheres hondurenhas e da América Central morando nos Estados Unidos.</p> Carlos Ayala Durán Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2199 Fri, 11 Aug 2023 00:00:00 -0300 Diferenciais regionais da mortalidade no Brasil: contribuição dos grupos etários e de causas de óbito sobre a variação da esperança de vida e da dispersão da idade à morte entre 2008 e 2018 https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2210 <p>O Brasil é um país marcado por forte desigualdade socioeconômica entre as regiões, que, por sua vez, se traduz em diferenciais regionais de mortalidade. Para um bom monitoramento desses diferenciais, é importante uma análise não apenas dos níveis médios de mortalidade, mas também da variação da idade à morte na população. Esse artigo analisa a contribuição das causas de óbito sobre as mudanças na esperança de vida e na dispersão da idade à morte no Brasil e grandes regiões entre 2008 e 2018. Os resultados sugerem aumento dos diferenciais regionais na esperança de vida ao longo da década analisada. No entanto, as diferenças regionais na dispersão da idade à morte se mantiveram praticamente constantes. As mudanças na mortalidade por causa impactam de maneiras diferentes a dispersão da idade à morte em cada região: a redução da mortalidade por causas externas contribui substantivamente para diminuir a variação da idade à morte nas regiões Sul e Sudeste, enquanto a contribuição das mortes por afecções originadas no período perinatal foi substantiva apenas na região Nordeste. Por fim, reafirmamos a importância dos indicadores de dispersão da idade à morte para se ter uma visão mais ampla dos diferenciais regionais de mortalidade no Brasil.</p> Júlia Almeida Calazans, Raphael Guimarães, Marília R. Nepomuceno Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2210 Fri, 20 Oct 2023 00:00:00 -0300 Análise comparativa de classificações de vulnerabilidade para municípios g100 https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2235 <p>Em 2009, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) denominou g100 um grupo de municípios caracterizados por possuir mais de 80 mil habitantes, baixos níveis de receita pública per capita e alta vulnerabilidade socioeconômica. Este estudo buscou descrever o g100 a partir da posição comparativa segundo três medidas de vulnerabilidade socioeconômica aplicadas aos municípios com mais de 80 mil habitantes, discutindo a pertinência do uso da proposta da FNP como critério de priorização em políticas sociais. Comparou-se a listagem dos 100 primeiros municípios g100 com aquelas do Índice do Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e Índice Brasileiro de Privação (IBP). Identificou-se que 25 municípios classificados como g100 não estavam entre os 100 primeiros nos demais índices; mas 46 municípios g100 encontravam-se entre os mais vulneráveis nas três medidas. Discute-se a necessidade de amplo debate e consenso sobre as medidas de vulnerabilidade socioeconômica empregadas no planejamento e execução de políticas públicas. Esta reflexão está ancorada na defesa de que as ações e políticas públicas sejam intrinsicamente planejadas para garantia de maior equidade geográfica e alocativa em face da efetividade de resposta às demandas da população.</p> Carolina de Campos Carvalho, Mônica Martins, Francisco Viacava, Ricardo Antunes Dantas de Oliveira Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2235 Fri, 20 Oct 2023 00:00:00 -0300 O impacto da mortalidade por causas externas na esperança de vida nos municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos/RJ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2217 <p>O crescimento da mortalidade por causas externas no Brasil tem se tornado objeto de preocupação entre pesquisadores e formuladores de políticas públicas nos últimos anos. No âmbito dos municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos/RJ, embora muito se conheça sobre os padrões migratórios nesta região que é considerada um aspecto relevante da urbanização brasileira, as informações sobre os demais componentes da dinâmica demográfica ainda são escassas. Este estudo amplia a discussão sobre as disparidades de saúde na região, investigando o impacto da mortalidade por causas externas na expectativa de vida da população entre os períodos 2010-2014 e 2015-2019. Utilizando dados de óbitos e estimativas populacionais, foram construídas tabelas de múltiplo decremento para avaliar o ganho na expectativa de vida se a mortalidade por causas externas fosse excluída do risco de óbito e como esses ganhos diferem entre homens e mulheres. Também avaliaram-se cenários distintos de redução da mortalidade por homicídios e acidentes de trânsito, as duas principais causas de morte do grupo de causas externas. Os resultados revelam ganhos médios substanciais de expectativa de vida para ambos os sexos, especialmente para os homens. As simulações realizadas mostraram que a redução da mortalidade por acidentes de trânsito e homicídios pode trazer ganhos importantes para a população, destacando a relevância de investir em políticas públicas que combatam as causas externas de mortalidade em uma região marcada por desigualdades sociais e econômicas.</p> Mayara Xavier Moraes, Joseane de Souza, Hisrael Passarelli-Araújo Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2217 Fri, 20 Oct 2023 00:00:00 -0300 Segregação racial e econômica no Brasil: uma análise nacional das desigualdades socioeconômicas e socioespaciais https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2166 <p>Este artigo tem como objetivo analisar a segregação residencial por raça (segregação racial) e renda (segregação econômica) no Brasil e explorar sua relação com fatores socioeconômicos e socioespaciais. A segregação residencial foi avaliada pelo índice de dissimilaridade baseado no Censo Demográfico de 2010 e considerando setores censitários urbanos, uma vez que a segregação é entendida sociologicamente como um problema urbano. Os resultados mostram que a segregação racial é mais evidente nas cidades do Sul e Sudeste do Brasil, atingindo principalmente a população autodeclarada preta. A abordagem utilizada para calcular a segregação econômica envolveu examinar o nível de renda de diferentes grupos de baixa renda. Portanto, consideramos as famílias que ganham entre 0 e 1 salário mínimo - o grupo de maior vulnerabilidade social. Não encontramos correlações significativas entre os índices de segregação racial e de renda com fatores como a urbanização (tamanho da população urbana). Por fim, apresentamos os índices de segregação racial estratificando as famílias por faixas de renda para as 27 capitais brasileiras e concluímos que a renda domiciliar per capita é fator preponderante para a segregação dos mais pobres, principalmente nas famílias cujos moradores se autodeclaram pretos.</p> José Firmino de Sousa Filho, Sara Costa Pedeira, Gervásio F. dos Santos, Joanna M. N. Guimarães, Andrêa J. F. Ferreira, Flávia Jôse O. Alves, Gabrielle R. Nascimento, Aureliano S. S. Paiva, Roberto F. S. Andrade, Emanuelle F. Góes, Maurício L. Barreto, Estela M. L. Aquino Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2166 Mon, 30 Oct 2023 00:00:00 -0300 Excesso de óbitos classificados com códigos garbage na pandemia de Covid-19, no estado da Paraíba https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2249 <p>No cenário de calamidade assistido durante a pandemia de Covid-19, o ato de definir a causa básica de um óbito não foi trivial e o aumento da utilização dos códigos <em>garbage</em> (códigos mal definidos ou pouco específicos) traz preocupação em relação à qualidade da informação sobre as causas de morte nos estados do Brasil. Constatou-se um aumento significativo do número de óbitos no período pandêmico no estado da Paraíba, localizado na região Nordeste do Brasil, situação que se assemelhou ao contexto nacional. Em 2020 ocorreram 31.107 óbitos na Paraíba, enquanto no período de 2015 a 2019 foi identificada uma média de 27.000 óbitos. O objetivo do presente estudo é identificar e mensurar o excesso de óbitos classificados com códigos <em>garbage</em> em 2020, no estado da Paraíba, durante a pandemia de Covid-19. As séries temporais de óbitos foram obtidas do Painel de Monitoramento da Mortalidade por Causas Básicas Inespecíficas ou Incompletas (<em>garbage codes</em>) do Ministério da Saúde, para todos os meses de 2015 a 2020. Foram calculadas as projeções de óbitos totais e dos óbitos por códigos <em>garbage</em> (CG). O cálculo do excesso da proporção de óbitos classificados por códigos <em>garbage</em> no estado da Paraíba, em 2020, resultou em 8,58%, destacando-se o mês de junho com o maior valor (19,42%). Espera-se contribuir para avanços no conhecimento da realidade da qualidade da informação da notificação dos óbitos em uma área do país que almeja avanços nesse sentido e evidenciar a necessidade da investigação em outras localidades do Brasil.</p> Everlane Suane Araújo da Silva, Matheus Antonio Alves de Araujo Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2249 Mon, 30 Oct 2023 00:00:00 -0300 Mapeando as disparidades socioeconômicas de saúde urbana: um estudo comparativo entre seis capitais brasileiras https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2194 <p>A cidade é um modo de viver, pensar e sentir. O modo de vida urbano é capaz de produzir ideias, comportamentos, valores e conhecimentos, mas também pode acirrar disparidades socioeconômicas e de saúde da população que ali reside. Este artigo examina as disparidades em saúde urbana em seis capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e Manaus. Para quantificar e mapear as disparidades intraurbanas nesses espaços, foram utilizados os dados do Censo Demográfico de 2010 para a aplicação do índice de saúde urbana (ISU), uma métrica que sintetiza oito diferentes variáveis socioeconômicas e de saneamento desagregadas por setores censitários. Os resultados são discutidos à luz de três vertentes teóricas: a diferenciação centro-periferia; abordagem econômica da saúde; e epidemiologia social. As descobertas desse estudo revelam que os setores censitários que abrangem populações com maior <em>status</em> socioeconômico e melhores condições de saneamento apresentaram índices de saúde urbana mais elevados do que os da periferia da cidade. Há indícios de melhores indicadores de saúde urbana para o Rio de Janeiro e São Paulo, em comparação com as demais capitais analisadas. No entanto, há importantes nuances em cada uma das seis cidades estudadas, especialmente quando se atribuem diferentes pesos às variáveis que compõem o ISU, apesar da marcada segregação espacial comum a todas elas. Considerar as distinções dentro do espaço urbano é uma estratégia fundamental para a compreensão desses aspectos sociais e econômicos e seus potenciais desdobramentos nas condições de saúde da população.</p> Hisrael Passarelli-Araujo Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2194 Mon, 20 Nov 2023 00:00:00 -0300 Ilegítimos na transição entre o Império e a República: o caso do estado de São Paulo (1886-1900) https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2278 <p>No Brasil, o estudo da condição de legitimidade (<em>filiação</em>) é tópico que vem sendo tratado pela literatura especializada, tanto no âmbito da História quanto no da Demografia Histórica, sobretudo a partir da década de 1980. O objetivo deste artigo é contribuir para o avanço da temática, mapeando a incidência e a distribuição espacial da ilegitimidade no estado de São Paulo, no final do século XIX, a partir de uma perspectiva diferente daquela dos estudos já elaborados, especialmente em relação ao recorte temporal e às fontes utilizadas. Assim, foram analisados os dados sobre a filiação na população paulista a partir dos <em>Recenseamentos Gerais da População Brasileira</em>, realizados em 1890 e 1900, acrescidos de outras fontes de cunho estatístico, produzidas para o estado de São Paulo. Os resultados apontam um quadro diferenciado em relação às várias zonas que compõem o estado e, embora as fontes sejam distintas, corroboraram o papel fundamental da imigração internacional, pois, nas áreas onde ela foi mais intensa, verificou-se a queda nos percentuais da ilegitimidade.</p> Ana Silvia Volpi Scott, Maria Silvia Casagrande Beozzo Bassanezi, Dario Scott Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2278 Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300 Tábuas de mortalidade BR-EMS 2021 do mercado segurador brasileiro https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2264 <p>Este artigo apresenta as tábuas de vida do mercado de seguros privados brasileiro, BR-EMS 2021. Os dados obtidos de 23 grupos seguradores ao longo de 15 anos, totalizando 3,5 bilhões de registros, foram corrigidos por meio de rede neural com duas camadas ocultas. Usando a inferência bayesiana para estimar os parâmetros sob a lei de mortalidade Heligman-Pollard, as tábuas obtidas mostram que a população segurada apresenta probabilidades de morte mais baixas do que a população brasileira em geral e até mesmo em relação a populações nacionais de países desenvolvidos, como os EUA. Além da esperada diferença de gênero nas taxas de mortalidade, há uma clara distância entre as probabilidades de morte dos grupos de cobertura de risco e cobertura de sobrevivência. Da mesma forma, é demonstrado que as tábuas regionais da população segurada não apresentam as discrepâncias regionais conhecidas no Brasil, indicando que fazer parte da população selecionada de segurados está associado a um fator de proteção mais eficaz do que outros fatores, como a região geográfica de residência.</p> Mario de Oliveira, Ana Carolina Soares Bertho, Bruno Costa, Flávia Sommerlatte Silva, Mariane Branco Alves, Milton Ramos Ramirez, Rafael Brandão de Rezende Borges, Reinaldo Marques, Ricardo Martins da Silva Rosa, Rodrigo Lima Peregrino, Viviana das Graças Ribeiro Lobo, Thais Cristina Oliveira Fonseca Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2264 Mon, 11 Dec 2023 00:00:00 -0300 Impacto da privatização da água e do esgoto nas tarifas e no acesso aos serviços no Brasil https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2238 <p>Este trabalho se propõe a verificar o impacto das concessões à iniciativa privada dos serviços de saneamento sobre o acesso à água e ao esgoto tratados, bem como sobre as tarifas cobradas por esses serviços. O presente estudo se faz relevante à luz das recentes alterações legislativas no setor, à guisa da Lei n. 14.026/2020, e da necessidade de universalização do saneamento. Como método, foi utilizado o modelo diferenças em diferenças, para dados de 3.536 municípios brasileiros retirados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), abrangendo o período de 1998 a 2019. Os resultados mostram impacto positivo e estatisticamente significativo dos prestadores privados (em relação aos públicos) sobre o acesso aos serviços de água, esgoto e tratamento de esgoto. Ademais, foi observado impacto positivo e estatisticamente significativo na tarifa praticada quando da concessão à iniciativa privada dos serviços, em comparação aos preços cobrados por prestadores públicos.</p> Larissa Silveira Côrtes, Juliana Lucena Ruas Riani, Silvio Ferreira Júnior Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2238 Mon, 11 Dec 2023 00:00:00 -0300 Explorando a heterogeneidade entre países na relação entre participação feminina na força de trabalho e fecundidade na América Latina https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2293 <p>Na América Latina, apesar de uma aparente convergência na relação entre taxas de fecundidade total (TFT) e participação feminina na força de trabalho (PFFT), existem diferenças entre e dentro dos países que devem ser consideradas. Este artigo objetiva entender a heterogeneidade na relação entre a PFFT e a TFR na América Latina de 1990 a 2018, a fim de identificar padrões entre países. Usando dados do Banco Mundial para os 20 países da América Latina, dados de agrupamento longitudinal foram realizados e modelos de efeito misto foram ajustados para quantificar a heterogeneidade. Três padrões de relacionamento foram observados nos países latino-americanos: TFT baixa e PFFT intermediária; TFT alta e PFFT alta; e TFR alta e PFFT baixa. A heterogeneidade identificada sugere que a diversidade de fatores socioeconômicos e culturais influencia a dinâmica da relação entre PFFT e TFT na América Latina.</p> Angelita Alves de Carvalho, Daniela Polessa de Paula Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2293 Mon, 18 Dec 2023 00:00:00 -0300 Evidências sobre o prêmio salarial masculino do casamento e da coabitação no Brasil https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2313 <p>O objetivo principal é analisar a associação entre o casamento e a coabitação e o rendimento do trabalho masculino no Brasil. O artigo discute o fenômeno do “prêmio salarial masculino do casamento” - geralmente, homens casados apresentam rendimentos mais elevados do que os solteiros no mercado de trabalho. Tendo em vista que no Brasil a união informal é uma modalidade conjugal bastante comum, o prêmio para a coabitação também é investigado nessa situação. A associação entre o estado conjugal e o trabalho remunerado dos homens brasileiros é analisada por meio de regressões lineares, quantílicas e decomposições de Oaxaca-Blinder para os diferenciais de rendimentos entre os homens solteiros, casados e coabitantes. O Censo Demográfico de 2010 é a fonte de dados utilizada. Os resultados confirmam a existência de prêmios do casamento e da coabitação para os homens brasileiros. Os prêmios observados tendem a ser menores para a coabitação do que para o casamento. As decomposições dos diferenciais de rendimentos mostram que os prêmios devem-se à estrutura salarial e não a efeitos de composição.</p> Janaína Guiginski, Simone Wajnman, Flávia Chein Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2313 Mon, 18 Dec 2023 00:00:00 -0300 Intenções de fecundidade: uma revisão da literatura acerca da variável em países de renda alta e no Brasil https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2147 <p>A literatura sobre intenções de fecundidade tem ganhado crescente relevância em estudos demográficos porque, sendo um determinante próximo da fecundidade, auxilia o entendimento do comportamento reprodutivo de diferentes populações. Contudo, esta literatura não foi ainda organizada segundo os principais e mais recorrentes aspectos dispersos na literatura. Estudos geralmente utilizam uma única característica acerca das intenções de fecundidade, seja por meio dos seus conceitos, das principais teorias ou de principais indicadores. Este trabalho possui, portanto, o objetivo de organizar e articular os principais e mais recorrentes aspectos presentes nos estudos sobre intenções de fecundidade. Ao longo da discussão, aprofunda-se na relação existente entre intenções de fecundidade e fecundidade observada. A princípio, foca-se nos países de renda alta, sobre e para os quais a literatura referente ao tema foi desenvolvida. Contudo, também são abordados países de renda média e fecundidade baixa, com ênfase no Brasil, para os quais a produção, especialmente a partir de uma abordagem teórica, ainda é incipiente.</p> Victor Leocádio, Ana Paula Verona, Simone Wajnman Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2147 Fri, 07 Apr 2023 00:00:00 -0300 Trajetórias socioeconômicas compartilhadas no Brasil: cenários para a dinâmica populacional e os desafios à adaptação e mitigação https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2252 <p>Dentre os múltiplos avanços científicos na compreensão das relações entre mudanças climáticas e dinâmica populacional, uma das principais inovações ocorreu na atual geração de modelagem climática, com a inclusão de um conjunto de cenários em que as questões populacionais são centrais. Baseados em narrativas de trajetórias socioeconômicas, estes cenários traçam alternativas para os desenvolvimentos sociais futuros, que, por sua vez, consideram projeções populacionais multidimensionais, construídas a partir das variáveis sexo, idade e escolaridade. Tais projeções incorporam heterogeneidades populacionais relevantes para a adaptação, sendo, potencialmente, mais sensíveis às mudanças na dinâmica demográfica e à compreensão da relação população e ambiente. No Brasil, contudo, tanto os pressupostos como as implicações desta abordagem são quase inexistentes. O presente artigo aborda esta discussão para o país, considerando seus aspectos teóricos e metodológicos. Destacam-se algumas das inferências da abordagem das <em>shared socioeconomic pathways</em> (SSPs) - trajetórias socioeconômicas compartilhadas - para construir projeções populacionais no nível subnacional, enfatizando os ganhos potenciais desta agenda no campo de população e ambiente.</p> César Augusto Marques Silva Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Estudos de População https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ https://www.rebep.org.br/revista/article/view/2252 Mon, 20 Nov 2023 00:00:00 -0300