Categorias do censo e classificação subjetiva de cor no Brasil

Autores

  • Charles H. Wood Universidade do Texas
  • José Alberto Magno de Carvalho Cedeplar/UFMG

Resumo

Categorias do censo e classificação subjetiva de cor no Brasil. Dados a enorme variedade dos termos usados e o alto grau de subjetividade dos brasileiros para definir sua cor, o artigo procura avaliar os diferentes esquemas - resposta aberta e resposta pré-codificada - adotados pelo IBGE no levantamento da variável cor nos censos e Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, assim como estimar o resultado líquido da "migração” entre grupos de cor, de 1950 a 1980, das pessoas que no Censo de 1950 foram classificadas como pretas, pardas ou brancas. As projeções por coorte realizadas indicam "emigração" ou reclassificação líquida significativa das pessoas dos grupos preto e branco para o grupo pardo entre 1950 e 1980. Em termos líquidos, das pessoas classificadas como pretas em 1950, em torno de 38% se classificaram em outro grupo em 1980, enquanto que para as brancas isto se deu para aproximadamente 7%. Entre os pardos houve, no mesmo período, um crescimento “artificial” de aproximadamente 34%, devido ao fenômeno da reclassificação. Tais resultados devem levar os pesquisadores que trabalham com dados censitários a ser cautelosos quando analisarem a desigualdade racial no Brasil e, principalmente, quando desenvolverem estudos comparativos de mobilidade social dos diferentes grupos.

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Publicado

1994-08-01

Como Citar

Wood, C. H., & Carvalho, J. A. M. de. (1994). Categorias do censo e classificação subjetiva de cor no Brasil. Revista Brasileira De Estudos De População, 11(1), 3–17. Recuperado de https://www.rebep.org.br/revista/article/view/478

Edição

Seção

Artigos originais