Bolsa Família e assimetrias de gênero: reforço ou mitigação?

Autores

  • Luana Passos De Souza Universidade Federal Fluminense Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
  • Fábio Domingues Waltenberg Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-30982016c0004

Palavras-chave:

Bolsa Família. Gênero. Trabalho doméstico. Trabalho remunerado. Propensity Score Matching.

Resumo

Este artigo tem por objetivo investigar se o programa Bolsa Família contribui para o processo de individualização das mulheres pobres. Para tanto, foi utilizada a técnica de pareamento por escore de propensão, a fim de identificar mulheres e homens não atendidos pelo programa comparáveis a mulheres e homens atendidos. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2006, estimaram-se a jornada de trabalho doméstico, a participação no mercado de trabalho e as horas de trabalho remunerado de homens e mulheres. Os resultados não foram conclusivos para participação no mercado de trabalho. Para a jornada de trabalho remunerado, há indícios de que o Programa Bolsa Família reduza as horas trabalhadas de homens e mulheres. Para a jornada de trabalho doméstico, há indicativos de aumento de tempo de cuidado doméstico para mulheres e redução para homens. Os resultados da pesquisa sugerem que o programa reforçaria papéis tradicionais de gênero, não contribuindo para a individualização das mulheres pobres.

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Biografia do Autor

Luana Passos De Souza, Universidade Federal Fluminense Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF); graduada em Ciências Econômicas (2013) pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pesquisadora do Programa Nacional de Pesquisa para o Desenvolvimento (PNPD) no Ipea. Consultora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no projeto de Combate ao Trabalho Forçado. Sua pesquisa concentra-se em: análise econômica de políticas sociais, economia do trabalho, gênero, raça, assistência social, e Estado de Bem-Estar.

Fábio Domingues Waltenberg, Universidade Federal Fluminense

Desde 2009, é professor adjunto da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento. É membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFF, do qual se tornou coordenador em 2015. Bacharel (1998) e mestre (2003) em economia pela Universidade de São Paulo, obteve título de doutor em economia plea Université Catholique de Louvain, Bélgica, em 2007, ano que recebeu o prêmio Haralambos Simeonidis da Anpec de melhor tese do ano. Sua pesquisa concentra-se em: análise econômica de políticas sociais, economia da educação, do trabalho e da saúde.

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Publicado

2016-12-31

Como Citar

De Souza, L. P., & Waltenberg, F. D. (2016). Bolsa Família e assimetrias de gênero: reforço ou mitigação?. Revista Brasileira De Estudos De População, 33(3), 517–539. https://doi.org/10.20947/S0102-30982016c0004

Edição

Seção

Artigos originais