Diferenciais de mortalidade por sexo no município de São Paulo em 2005 e 2016: contribuição dos grupos etários e das principais causas de óbito

Autores

  • Pamila Cristina Lima Siviero Universidade Federal de Alfenas
  • Larissa Gonçalves de Souza Universidade Federal de Alfenas
  • Carla Jorge Machado Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0099

Palavras-chave:

Diferencial de mortalidade por sexo, Decomposição, Causas de óbito

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar o diferencial de mortalidade por sexo no município de São Paulo, em 2005 e 2016, por meio de análises dos níveis e padrões do diferencial, além de examinar a contribuição dos diversos grupos etários e das principais causas de óbito. Os indicadores calculados foram o diferencial da esperança de vida ao nascer, a razão de sexo entre as taxas específicas de mortalidade e a contribuição dos grupos etários e das causas de morte para o diferencial. Os resultados evidenciam que o maior ganho dos homens em esperança de vida ao nascer contribuiu para a redução de 1,30 ano do diferencial entre os dois
anos estudados. Ademais, apesar das elevadas razões de sexo entre as taxas específicas de mortalidade dos jovens, os idosos foram os que mais contribuíram para explicar a vantagem feminina na mortalidade. Por último, as doenças do aparelho circulatório, neoplasias e causas externas foram responsáveis pelas maiores contribuições para o diferencial. No entanto, a análise do padrão de causas de óbito em conjunto com o padrão etário mostra que, para os idosos, cuja participação é maior para o diferencial, as doenças do aparelho circulatório, neoplasias e doenças do aparelho respiratório foram mais decisivas na formação do diferencial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Gonçalves de Souza, Universidade Federal de Alfenas

Professora do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas e Doutoranda em Demografia pelo Cedeplar-UFMG

Carla Jorge Machado, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG

Referências

CARVALHO J. A. M.; SAWYER, D. O.; RODRIGUES, R. N. Introdução a alguns conceitos básicos e medidas em demografia. 2. ed. São Paulo: Abep, 1994.

CASE, A.; PAXSON, C. Sex differences in morbidity and mortality. Demography, v. 42, n. 2, p. 189-214, 2005.

CHOR, D.; DUCHIADE, M. P.; JOURDAN, A. M. F. Diferencial de mortalidade em homens e mulheres em localidade da região Sudeste, Brasil – 1960, 1970 e 1980. Revista de Saúde Pública, v. 26, n. 4, p. 246-255, 1992.

BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. Mortalidade. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205. Acesso em: 23 jan. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. População residente. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0206. Acesso em: 23 jan. 2018.

CASTRO M. C. Changes in mortality and life expectancy: some methodological issues. Mathematical Population Studies, v. 9, n. 3-4, p. 181-208, 2001.

CHISUMPA, H. V.; ODIMEGWU, C. W. Decomposition of age and cause-specific adult mortality contributions to the gender gap in life expectancy from census and survey data in Zambia. Population Health, v. 5, p. 218-226, 2018.

FERREIRA, C. E. C.; CASTIÑEIRAS, L. L. O aumento da violência entre jovens adultos e as transformações no padrão de mortalidade paulista. Boletim Como Vai? População Brasileira, v. 1, n. 3, p. 6-12, 1996a.

FERREIRA, C. E. C.; CASTIÑEIRAS, L. L. O rápido aumento da mortalidade dos jovens adultos em São Paulo: uma trágica tendência. São Paulo em Perspectiva, v. 10, n. 2, p. 34-41, 1996b.

FRIES, J. F. Aging, natural death, and the compression of morbidity. The New England Journal of Medicine, n. 303, p. 130-5, 1980.

FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANALISE DE DADOS – SEADE. Esperança de vida aumenta e diferença entre gêneros diminui – Queda de homicídios de jovens poupa vidas e explica avanço masculino. SP Demográfico, ano 7, n. 4, 2006.

GEE, E. M. Gender and death. Encyclopedia of death and dying. New York: Macmillan Reference, 2002. Disponível em: http://www.deathreference.com/En-Gh/Gender-and-Death.html. Acesso em: 16 fev. 2018.

GLEI, D. A. The sex gap in mortality: historical patterns across twenty-four countries. Tours, France: International Union for the Scientific Study of Population, 2005. (Paper presented at Section 203: Gender, Health, and Mortality).

GLEI, D. A.; HORIUCH, S. The narrowing sex differential in life expectancy in high-income population: effects of differences in the age pattern of mortality. Population Studies, v. 61, n. 2, p. 141-159, 2007.

GONZAGA, M. R.; QUEIROZ, B. L.; MACHADO, C. J. Compressão da mortalidade: um estudo da variabilidade da idade à morte na população do Estado de São Paulo, Brasil, 1980-2005. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 7, p. 1475-1485, jul. 2009.

HEMSTROM, O. Changes in the gender gap in life expectancy in Sweden: a cohort analysis with the most recent trends. In: DINGES. M.; WEIGL, A. (ed.). Gender-specific life expectancy in Europe 1850-2010. Franz Steiner Verlag, 2016.

KALBEN, B. B. Why men die younger: causes of mortality differences by sex. North American Actuarial Journal, v. 4, n. 4, p. 83-111, 2000.

KANSO, S. Compressão da mortalidade no Brasil. In: CAMARANO, A. A. (org.). Novo regime demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento? Rio de Janeiro: Ipea, 2014. p. 155-175.

LANGFORD, C.; STOREY, P. Sex differentials in mortality early in the twenty century: Sri Lanka and India compared. Population and Development Review, v. 19, n. 2, p. 263-282, 1993.

LE, Y. et al. The changing gender differences in life expectancy in Chinese cities 2005-2010. Plosone, v. 10, n. 4, 2015.

LENART, P.; KURUCZOVA, D.; JOSHI, P. K.; BIENERTOVÁ-VAŠKŮ, J. Male mortality rates mirror mortality rates of older females. Scientific Reports, v. 9, n. 1, Jul. 2019. DOI: 10.1038/s41598-019-47111-w.

LUY, M.; GAST, K. Do women live longer or do men die earlier? Reflections on the causes of sex differences in life expectancy. Gerontology, n. 60, p. 143-153, 2014.

LUY, M.; WEGNER-SIEGMUNDT, C. The impact of smoking on gender differences in life expectancy: more heterogeneous than often stated. The European Journal of Public Health, v. 25, n. 4, p. 706-710, 2015.

MATOS, K. F.; MARTINS, C. B. de G. Mortalidade por causas externas em crianças, adolescente e jovens: uma revisão bibliográfica. Revista Espaço para a Saúde, v. 14, n. 1-2, p. 82-93, 2013.

OHADIKE, P. O. Evolving indications of mortality differentials by sex in Africa. In: LOPEZ, A. D.; RUZICKA, L. T. Sex differentials in mortality: trends, determinants and consequences. Canberra, Australia: Australian National University, 1983.

PAMPEL, F. C. Cigarette use and the narrowing sex differential in mortality. Population and Development Review, v. 28, n. 1, p. 77-104, 2002.

PAMPEL, F. C. Forecasting sex differences in mortality in high income nations: the contribution of smoking. Demographic Research, v. 13, n. 18, p. 455- 484, 2005.

PAMPEL, F. C. Global patterns and determinants of sex differences in smoking. International Journal of Comparative Sociology, v. 47, n. 6, p. 466-48, 2006.

PATTON, G. C. et al. Global patterns of mortality in young people: a systematic analysis of population health data. The Lancet, n. 374, p. 881-892, 2009.

PONNAPALLI, K. M. A comparison of different methods for decomposition of changes in expectation of life at birth and differentials in life expectancy at birth. Demographic Research, v. 12, n. 7, p. 141-172, 2005.

PRATA, P. R. A transição epidemiológica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 8, n. 2, p.168-175, 1992.

PRESTON, S. H.; HEUVELINE, P.; GUILLOT, M. Demography: measuring and modeling population process. Massachusets: Blackweil Publishers, 2001.

PRESTON, S. H.; WANG, H. Sex mortality differences in the United States: the role of cohort smoking patterns. Demography, v. 43, n. 4, p. 631-646, 2006.

ROGERS, R. G. et al. Social, behavioral, and biological factors, and sex diferences in mortality. Demography, v. 47, n. 3, p. 555-578, 2010.

SHRESTHA, L. Population aging in developing countries. Health Affairs, v. 19, n. 3, p. 204-212, 2000.

SIMÕES, C. C. S. Perfis de saúde e mortalidade no Brasil: uma análise de seus condicionantes em grupos populacionais específicos. Brasília: Opas, 2002.

SIVIERO, P. C. L. et al. Diferenciais de mortalidade: níveis e padrões segundo o sexo no município de São Paulo de 1920 a 2005. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 28, n. 2, p. 283-301, 2011.

SIVIERO, P. C. L. Níveis e padrões do diferencial de mortalidade por sexo no município de São Paulo, 1920-2005. Dissertação (Mestrado) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2009.

SUNDBERG, L.; AGAHI, N.; FRITZELL, J.; FORS, S. Why is the gender gap in life expectancy decreasing? The impact of age- and cause-specific mortality in Sweden 1997-2014. International Journal of Public Health, v. 63, n. 6, p. 673-81, 2018.

TROVATO, F. Narrowing sex differential in life expectancy in Canada and Austria: comparative analysis. In: VIENNA INSTITUTE OF DEMOGRAPHY. Vienna yearbook of population research. Vienna, Austria: Vienna Institute of Demography, 2005. p. 17-52.

UNITED NATIONS, Department of Economic and Social Affairs, Population Division. World population prospects: the 2017 revision, key findings and advance tables. New York: United Nations, 2017.

UNITED NATIONS. Mortality and the demographic impact of HIV/Aids. World population prospects: the 2004 revision. [S.l.]: United Nations, 2005.

UNITED NATIONS. Mortality and the demographic impact of HIV/Aids. World population prospects: the 2006 revision. [S.l.]: United Nations, 2007.

UNITED NATIONS. Model life tables for developing countries. New York: United Nations, 1982. VALLIN, J. Mortalidade, sexo e gênero. In: PINNELLI, A. (org.). Gênero nos estudos de população. Campinas: Abep, 2004. p. 15-54 (Coleção Demographicas, 2).

VALLIN, J. Sex patterns of mortality: a comparative study of model life tables and actual situations with special reference to the cases of Algeria and France. In: LOPEZ, A. D.; RUZICKA, L. T. Sex differentials in mortality: trends, determinants and consequences. Camberra: Australian National University, 1983.

WISSER, O.; VAUPEL, J. W. The sex differential in mortality: a historical comparison of the adult-age pattern of the ratio and the difference. Rostock: Max Planck Institute for Demographic Research, 2014. (MPIDR Working Paper).

YANG, S. et al. The changing gender differences in life expectancy in Korea 1970-2005. Social Science & Medicine, v. 75, n. 7, p. 1280-1287, 2012.

YOKOTA, R. T. et al. Contribution of chronic conditions to gender disparities in health expectancies in Belgium, 2001, 2004 and 2008. European Journal of Public Health, v. 29, n. 1, p. 1-6, 2018.

Downloads

Publicado

2019-12-03

Como Citar

Siviero, P. C. L., Gonçalves de Souza, L. ., & Jorge Machado, C. . (2019). Diferenciais de mortalidade por sexo no município de São Paulo em 2005 e 2016: contribuição dos grupos etários e das principais causas de óbito. Revista Brasileira De Estudos De População, 36, 1–23. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0099

Edição

Seção

Artigos originais